Comunicação e linguagem

Aprenda as diferenças linguísticas e as formas de comunicação. Veja também quais são as particularidades de cada uma.

A linguagem

Somos expostos a uma língua desde que nascemos, nossa língua materna é a primeira que aprendemos e a primeira a termos fluência. Primeiramente, aprendemos a gramática “da língua” que não deve ser confundida com a “gramática escolar”. O aprendizado da língua escrita garante o conhecimento e o emprego da língua culta.

Há diversos tipos de linguagem, todas elas cumprem o seu papel e são eficazes dentro das comunidades em que são faladas, e cada falante tem um modo só seu de se comunicar. Vários fatores influenciam na maneira como uma pessoa se expressa, veja alguns fatores listados abaixo:

  • cidade de origem;
  • região;
  • faixa etária;
  • nível cultural;
  • condições sociais;
  • momento histórico;
  • classe social;
  • grupos específicos.

A isso chamamos de variações linguísticas, que são variações que uma língua apresenta ao ser utilizada. A gíria por exemplo, numa situação informal pode ser bem aceita; numa outra situação, por exemplo, numa conversa com o seu diretor ou em uma entrevista de emprego, pode ser mais adequado colocar em uso a norma culta.

A língua sofre mudanças com o passar do tempo, tanto na grafia quanto no modo de falar e muitas vezes até no significado de algumas palavras. A palavra grã-fino, por exemplo, já se encontra em desuso e substituída por outras como magnata ou marajá. Na grafia temos como exemplo a palavra pharmácia que hoje é escrita como farmácia. Na mudança de sentido podemos citar a palavra balada que sempre fez referência a uma canção própria para a dança. Hoje, seu sentido esta ligado ao ato de sair, passear.

Na variação geográfica, observam-se as mudanças de palavras, que se referem a um mesmo objeto, de um lugar para outro. Assim como o sotaque que pode mudar de um lugar para o outro.

“Aipim” e “macaxeira” são variações de mandioca.

“Papagaio”, “quadrado”, “maranhão”, “arraia”, “pandorga” são variações do nome de uma brincadeira bem popular: empinar pipas.

Nas décadas de 60 e 70, entre outras, eram comuns as expressões, “cricri” e “na crista da onda”, para se referir à pessoa chata e àquilo que estava em pleno sucesso, respectivamente. Já nas décadas 80 e 90, outras expressões foram incorporadas ao modo de falar: “xaveco”, usada para “paquera”, “mauricinho” e
“patricinha” para se referir a pessoas que faziam uso de roupas de grife e “ficar”, namorar sem compromisso.

Lembre-se: A fala é liberdade de expressão.

Cada individuo tem sua forma de se comunicar e deve ser respeitada, mas devemos, também, ficar atentos para adequar a língua às diferente situações de comunicação.

Linguagem verbal: faz uso da palavra, seja ela oral ou escrita. Nesse tipo de comunicação é preciso ter o domínio de um tipo particular de código comum a todos os envolvidos na comunicação; nesse nosso caso em específico o código que utilizamos é a língua portuguesa.

Linguagem não verbal: aqui o código utilizado não é a palavra mas sim gestos, desenhos, imagens, elementos visuais e sonoros.

Linguagens híbridas: esse tipo de linguagem utiliza a linguagem verbal e a não verbal, as histórias em quadrinhos por exemplo, que utilizam a imagem e a palavra.

Cuidado! Contar uma história é diferente de escreve-la.

Quando contamos uma história utilizamos recursos expressivos como os gestos, as expressões fisionômicas, além das repetições, da entonação e muitas vezes, a proximidade dos interlocutores favorecendo, se necessário, a alteração do discurso. E o melhor de tudo que é não se preocupar com os sinais de pontuação.

Por outro lado a língua escrita exige mais do escrevente, justamente por não ter os recursos expressivos da língua falada. E é aí que se faz necessário o uso dos recursos da escrita como os sinais de pontuação. Sem contar que na comunicação escrita você precisa ser muito claro no que quer dizer para que todos os indivíduos que tenham acesso ao seu texto possa compreender o que esta escrito. Portanto, foque em ter as ideias claras e expressadas com os recursos adequados da língua.

As construções das sentenças devem ser mais elaboradas para que a comunicação seja mais eficiente e, para isso, precisamos conhecer os aspectos básicos da língua que utilizamos: os sons, as palavras e a forma de combiná-las.

A gramática normativa estabelece padrões de certo e errado para as formas do idioma. Ela estabelece a norma culta, isto é, o padrão linguístico a ser ensinado nas escolas e utilizado nos livros, revistas e em textos científicos, didáticos e a redação dos documentos oficiais.

Exercícios sobre variações linguísticas

  1. (Fuvest-SP) As aspas marcam o uso de uma palavra ou expressão de variedades
    linguísticas diversa da que foi usada no restante da frase em:
    a) Essa visão desemboca na busca ilimitada do lucro, na apologia do empresário privado como o “grande herói” contemporâneo.
    b) Pude ver a obra de Machado de Assis de vários ângulos, sem participar de nenhuma visão “oficialesca”.
    c) Nas recentes discussões sobre os “fundamentos” da economia brasileira, o
    governo deu ênfase ao equilíbrio fiscal.
    d) O prêmio Darwin, que “homenageia” mortes estúpidas, foi instituído em
    1993.
    e) Em fazendas de Minas e Santa Catarina, quem aprecia o campo pode curtir
    o frio, ouvindo “causos” à beira da fogueira.
  2. (Fuvest-SP) “Você pode dar um rolê de bike, lapidar o estilo a bordo de um skate,
    curtir o sol tropical, levar sua gata para surfar.”
    Considerando-se a variedade linguística que se pretendeu reproduzir nessa
    frase, é correto afirmar que a expressão proveniente de variedade diversa é:
    a) “dar um rolê de bike”.
    b) “lapidar o estilo”.
    c) “a bordo de um skate”.
    d) “curtir o sol tropical”.
    e) “levar sua gata para surfar”.
  3. (ENEM) Os provérbios constituem um produto da sabedoria popular e, em geral,
    pretendem transmitir um ensinamento. A alternativa em que os dois provérbios
    remetem a ensinamentos semelhantes é:
    a) ”Quem diz o que quer, ouve o que não quer” e “Quem ama o feio, bonito
    lhe parece”.
    b) “Devagar se vai ao longe” e “De grão em grão, a galinha enche o papo.”
    c) “Mais vale um pássaro na mão do que dois voando” e “Não se deve atirar
    pérolas aos porcos.”
    d) “Quem casa quer casa” e “Santo de casa não faz milagre”.
    e) “Quem com ferro fere, com ferro será ferido” e “Casa de ferreiro, espeto de
    pau”.
  4. (UEMT) Na frase “Ele ganhou uma bolada na loteria, mas já torrou tudo”, as
    palavras em destaque não foram empregadas em sentido literal. Nesse contexto
    são termos de gíria que podem ser entendidos, respectivamente, como:
    18 Capítulo 1 – Comunicação e linguagem
    a) ajuda – doou sem reservas.
    b) um grande impulso – destruiu.
    c) uma significativa vantagem – emprestou.
    d) um bom dinheiro – gastou sem controle.
    e) privilégio – perdeu rapidamente.
  5. (ENEM) Considerando as diferenças entre língua oral e escrita, assinale a opção
    que representa uma inadequação da linguagem usada ao contexto.
    a) “O carro bateu e capoto, mas num deu pra vê direito” – um pedestre que
    assistiu ao acidente comenta com outro que vai passando.
    b) “E aí, ô meu! Como vai essa força?” – um jovem que fala para um amigo.
    c) “Só um instante, por favor. Eu de fazer uma observação” – alguém comenta
    em uma reunião de trabalho.
    d) “Venho manifestar meu interesse em candidatar-me ao cargo de Secretária
    Executiva desta conceituada empresa” – alguém que escreve uma carta
    candidatando-se a um emprego.
    e) “Porque a gente não resolve as coisas como têm que ser, a gente corre o
    risco de termos, num futuro próximo, muito pouca comida nos lares brasileiros”
    – um professor universitário em um congresso internacional.

Referências:

Reis, Benedicta Aparecida Costa dos. Manual compacto de gramática da língua portuguesa: ensino fundamental/Benedicta Aparecida Costa dos Reis. – 1. ed. – São Paulo: Rideel, 2010.

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