Com o trabalho de grandes pensadores, como Nicolau Copérnico (1473-1543), Galileu Galilei (1564-1642) e Isaac Newton (1642-1727), estruturou-se uma nova forma de produzir conhecimento que não se restringia a organizar o pensamento na tradição da filosofia clássica.
Filósofos da Grécia antiga, como Aristóteles, já haviam produzido tratados com explicações sobre os seres vivos. Muitos acontecimentos eram explicados de maneira mística. Os registros fósseis de seres vivos, como de amonites, por exemplo, eram interpretados como desenhos estampados nas rochas por deuses. Os amonites fazem parte de um grupo de moluscos extintos que possuíam conchas similares à dos náutilos e argonautas, cujos representantes são encontrados atualmente em mares tropicais entre os oceanos Índico e Pacífico.
Os fósseis de amonites eram muito comuns em certas regiões da Itália, próximas da cidade de Verona, e eram chamados em latim de cornu Ammonis, que quer dizer “chifre de Amon”. Os fósseis receberam esse nome numa referência a Amon, considerado o deus supremo de todos os deuses egípcios, que tinha o carneiro como um de seus animais sagrados e por isso era representado com chifres enrolados. Acreditava-se que o deus Amon acompanhava seu povo em todos os lugares, inclusive nas batalhas, deixando marcas de sua presença invisível nas rochas. Na mitologia grega foi identificado como Zeus, e, na mitologia romana, como Júpiter, um deus muito poderoso.
Com a Ciência moderna, ficou estabelecido que as marcas de fósseis como os amonites não poderiam ser vistas senão como marcas de seres vivos do passado. Muitas evidências se acumularam, mostrando que uma rica fauna marinha tinha deixado marcas fósseis em diversos lugares, como nas altas montanhas da Europa. Na concepção dos filósofos antigos, uma explicação fundamentada na lógica era considerada adequada. Porém, essa maneira de pensar deixou de ser
aceita pelos novos pensadores, que seguiam os mestres do Renascimento. Para eles, era necessário
empregar um novo método para gerar conhecimento, que incluía a observação e a experimentação como etapas prévias à formulação de uma explicação lógica, de uma teoria científica.
Referências:
Bizzo, Nélio Novas bases da biologia / Nélio Bizzo. – 2. ed. – São Paulo : Ática, 2013. Conteúdo : v. 1 Células, organismos e populações – v. 2 Biodiversidade – v.3 Corpo humano, genes e ambiente
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