Calendários e o cálculo do tempo na história

Quais os principais calendários utilizados até o dia de hoje? Como saber em qual século ou ano um determinado evento aconteceu? Tire suas dúvidas.

Calendários e o cálculo do tempo na história

“A história é a ciência do homem no tempo.” Esta frase revela a importância do tempo no estudo da história. Costumamos entender o tempo como unidades de dia, mês, ano, unidades de tempo, que correspondem à duração dos movimentos de translação e rotação da terra. Porém, o tempo também esta associado a eventos ou estilos de vida que sinalizam um determinados períodos ou sociedades e podem persistir por muitos anos. Dando origem ao que é conhecido como tempos históricos.

Os primeiros povos marcavam o tempo seguindo os ciclos da natureza, como a posição do sol e da lua no céu, o movimento das águas, rios e mares, a posição dos astros e das estrelas. E assim começaram a marcar as horas e os dias e a definir a melhor época para plantar e colher, e também para as cerimônias religiosas, essas práticas originaram os calendários. Existiram e ainda existem muitos calendários diferentes pois cada povo quantifica o tempo e estabelece os marcos temporais de acordo com sua região, seus costumes e suas tradições.

As culturas tradicionais, como as indígenas do Brasil, consideram os ciclos da natureza como referenciais para a medição do tempo. Um exemplo são os povos indígenas entorno do Rio Negro, na Região Amazônica que possuem um calendário específico, criado com base no movimento das constelações e em seu impacto na natureza como as variações de temperatura, no nível da água dos rios, o comportamentos dos animais. Com base nessas observações criaram um calendário que prevê o tempo para semeadura, a colheita, a caça e a celebração de rituais.

Calendários cristão, muçulmano e judaico

São os calendários mais conhecidos atualmente e possuem como marcos iniciais os acontecimentos relacionados as crenças dos povos que os instituíram.

Os cristões por exemplo marcam a história da humanidade tendo como referencia o nascimento de Cristo; por isso no mundo ocidental, quando estudamos um fato histórico usamos as siglas a.C e d.C, respectivamente, “antes de Cristo” e “depois de Cristo”.

Já os muçulmanos datam a história da sua civilização a partir da Hégira, evento que marca a fuga do profeta Maomé, de Meca para Medina, cidades situadas na Península Arábica. Maomé foi o fundador da religião islâmica. O início do calendário muçulmano ocorreu no ano 622 do calendário cristão.

Para os judeus, a história é datada com base na criação do mundo, episódio bíblico narrado na Torá, que teria ocorrido numa data equivalente ao dia 7 de outubro de 3760 a.C. do calendário cristão, ao pôr do sol.

Em suas pesquisas historiadores precisam situar os acontecimentos em longos períodos de tempo. Vamos verificar as principais formas de datação utilizadas por eles.

Cálculo do tempo

Como saber a qual século pertence uma data?

Como já vimos a história é uma ciência que estuda sociedades humanas inseridas em determinado tempo e espaço.

Se a data que você estiver olhando terminar em dois zeros, o século corresponde ao(s) primeiro(s) algarismo(s) que está(ão) à esquerda do número analisado. Observe os exemplos:

  • Ano 200 a.C.: o ano 200 a.C. faz parte do século II a.C.
  • Ano 1600: o ano 1600 faz parte do século XVI.

Quando o ano não termina em dois zeros, basta eliminar a unidade e a dezena que o compõem e somar 1 ao restante do número. Veja os exemplos:

  • Ano 450 a.C.: século V a.C. (4 + 1 = 5).
  • Ano 80: século I d.C. (0 + 1 = 1).
  • Ano 2016: século XXI (20 + 1 = 21).

Para saber quanto tempo um evento ocorreu, comparamos o ano em que estamos com o ano do evento em questão. Mas deve primeiro observar se o evento ocorreu antes ou depois do nascimento de Cristo.

Se o fato ocorreu após o nascimento de Cristo, basta subtrair do ano corrente o ano em que o fato aconteceu.

Em 2022, quantos anos haviam se passado desde a independência política do Brasil?

2022 – 1822 = 200

Em 2022, portanto, faz 200 anos que o Brasil tinha se tornado independente de Portugal.

Se o fato aconteceu antes do nascimento de Cristo, somam-se as duas datas. Veja:

Em 539 a.C., o Segundo Império Babilônico foi conquistado pelos persas. Quantos anos se passaram desde a conquista desse Império?

539 + 2022 = 2.561

Portanto, faz 2.561 anos que o Segundo Império Babilônico foi conquistado pelos persas.

O Livro das horas

O Livro das horas foi criado no final da Idade Média, reunia calendários e orações que deveriam ser proferidas pelos católicos em cada momento do dia. A produção desse livro, iniciada em 1412, só foi concluída em 1489, após a morte dos irmãos Limbourg.

Divisão da história ocidental

A história possuí uma linha do tempo que pode ser traçada em sociedades ou no mundo. Essas linhas podem ser traçadas de várias maneiras, porque o historiador determina os marcos que considera mais relevantes para os fatos políticos, sociais e econômicos.

No mundo ocidental é adotado a periodização que tem como base marcos cronológicos relacionados à história da Europa. Isso divide a história em divide a história em Idade Antiga, Idade Média, Idade Moderna e Idade Contemporânea.

O marco inicial corresponde à invenção da escrita, que ocorreu por volta de 3300 a.C. Toda a trajetória dos homens, desde o aparecimento do gênero Homo, tem sido tradicionalmente denominada Pré-história. Ele foi escolhido como marco inicial da Pré-história por que teria sido a primeira espécie capaz de produzir instrumentos necessários a sua sobrevivência. No entanto, há controvérsias e alguns historiadores consideram que a Pré-história teve inicio com o surgimento dos primeiros hominídeos há cerca de 7 milhões de anos.

O conceito de Pré-história também gera controvérsias, para muitos, expressa preconceito ao excluir da história os povos que não conheciam a escrita. Nos dias atuais existem povos que não conhecem a escrita mas mesmo assim são agentes da sua própria história. E no passado também era assim, alguns povos conheciam a escrita e outros não. Além disso, se acreditarmos que o sujeito da história é o ser humano, então ele faz história desde que surgiu no planeta.

Referências:

Braick, Patrícia Ramos História : das cavernas ao terceiro milênio / Patrícia Ramos Braick, Myriam Becho Mota. — 4. ed. — São Paulo: Moderna, 2016. Obra em 3 v.

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