As bases nitrogenadas e a relação de Chargaff
O estudo dos ácidos nucleicos intensificou-se depois de encontradas evidências de sua importância para a herança dos seres vivos. Um dos cientistas muito empenhados em estudá-los foi o bioquímico ucraniano Erwin Chargaff.
Em 1950, quando ainda não se conhecia a geometria molecular das bases nitrogenadas, Chargaff separou, por purificação, as bases nitrogenadas dos ácidos nucleicos, esclarecendo as proporções relativas delas no DNA de diferentes células. As conclusões de Chargaff foram: “É, portanto, digno de nota, mas ainda não podemos dizer se isso é apenas acidental, que em todos os ácidos nucleicos (desoxipentose) examinados até agora as proporções (…) de adenina para timina e de guanina para citosina não estavam muito afastadas de 1”. Essas quantidades relativas (1:1) dos pares A–T e G–C são conhecidas como relação de Chargaff. A descoberta foi publicada em 1950 – e não se imaginava que ela seria tão importante na posterior elucidação da estrutura do DNA, em 1953. A relação de Chargaff era uma indicação importante de que havia um pareamento entre as bases nitrogenadas. Watson e Crick propuseram que elas se manteriam pareadas na molécula de DNA. As bases nitrogenadas com um anel de átomos de carbono e nitrogênio são chamadas pirimidinas (citosina e timina; esta é substituída por uracila no RNA). As bases nitrogenadas com dois anéis de átomos são chamadas purinas (adenina e guanina). Veja as figuras e a tabela abaixo.
Na figura abaixo está representada a estrutura plana das bases nitrogenadas com um ou dois anéis de carbono.
Embora os ácidos nucleicos estejam presentes em todos os seres vivos, as bases nitrogenadas que eles apresentam variam ligeiramente. Como dito, o RNA apresenta a base uracila em lugar da base timina e pode ter moléculas de diferentes tamanhos, com as proporções entre as bases nitrogenadas variando bastante, pois elas não formam uma fita dupla. O DNA se apresenta em moléculas longas de fita dupla devido aos pareamentos específicos que existem ao longo de toda a molécula, o que explica a proporção de 1:1 entre purinas e pirimidinas.
Referências:
Bizzo, Nélio Novas bases da biologia / Nélio Bizzo. – 2. ed. – São Paulo : Ática, 2013. Conteúdo : v. 1 Células, organismos e populações – v. 2 Biodiversidade – v.3 Corpo humano, genes e ambiente
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