Os cretenses
Civilizações periféricas
Como a Fenícia, Creta foi uma civilização dominada por cidades–Estado, entre as quais Cnossos foi a mais importante. A proteção natural do mar proporcionava aos cretenses uma vida relativamente tranquila. Mesmo assim, uma poderosa frota vigiava seu litoral contra o ataque de piratas que, por vezes, perturbavam seu comércio, uma de suas principais atividades econômicas. Para manter esse comércio ativo, importavam matérias-primas para a produção metalúrgica, como cobre, do Chipre, e estanho, da Ásia Menor, e exportavam objetos de cerâmica e de metal, tecidos, armas e, principalmente, azeite e vinho. Também agiam como intermediários ao transportar madeira do Líbano para o Egito.
As terras, bem aproveitadas, supriam com a atividade agropecuária as necessidades da população. Geralmente, havia excedente, que era exportado para pagar as importações. Na ilha de Creta, as oliveiras e as videiras desenvolviam-se muito bem. Os palácios reais eram dotados de oficinas e armazéns para a atividade artesanal. Nesses lugares, os artesãos, organizados profissionalmente, trabalhavam com enorme perícia.
As mercadorias eram de fina qualidade: joias, armas, vasos com armação de ouro, ferramentas etc. Os negócios eram registrados em papiro importado do Egito, mas os cretenses desenvolveram uma escrita bem mais simplificada.
O domínio cretense sobre o sul da península Balcânica fez com que muitas lendas fossem elaboradas, como a do Minotauro, um monstro, meio homem e meio touro, que habitava a ilha e exigia sacrifícios humanos nos quais os gregos eram vítimas. O Minotauro habitava o Labirinto (na verdade, o grande palácio de Cnossos), com seus múltiplos corredores, onde as vítimas se perdiam e eram devoradas pelo monstro.
O padrão de vida em Cnossos era elevado para a época. Havia ruas calçadas e casas confortáveis para os mercadores. Seus habitantes conheciam hidráulica, pois se sabe que as residências e as casas de banhos públicos eram dotadas de água corrente.
O declínio cretense, após 1400 a.C., deve ter sido motivado pela invasão dórica da península Balcânica, com reflexos sobre a vida em Creta.
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