Os astecas

Um dos grandes impérios pré-colombianos foram os astecas que habitavam o norte do atual México. No século XIV, deslocaram-se para o sul e estabeleceram-se junto ao lago Texcoco.

Os diferentes povos da América pré-colombiana

No final do século XV, a população ameríndia ocupava todo o continente, desde o Alasca (no extremo norte) até a Terra do Fogo (no extremo sul), mas distribuía-se de maneira muito irregular. Esses povos podem ser divididos em três grandes grupos:

Povos nômades: viviam principalmente da caça, da pesca e da coleta, além de uma agricultura rudimentar, cultivando milho, mandioca, feijão, batata e batata-doce, entre outros produtos. Viviam principalmente nos atuais Estados Unidos, Canadá, Brasil e Argentina.

Povos seminômades: viviam nas proximidades dos principais impérios pré-colombianos, recebendo forte influência deles. Tanto os nômades como os seminômades eram iletrados, portanto, são enquadrados na categoria de “povos pré-históricos”, expressão tradicionalmente empregada pelos historiadores para os povos que não desenvolveram a escrita.

Povos sedentários: com economia baseada na agricultura, criaram grandes centros urbanos, além de estrutura social e organização política, militar e religiosa complexas. Os mais importantes exemplos eram os impérios dos maias e dos astecas na América Central e no México, e o dos incas, na região da cordilheira dos Andes (Peru e Bolívia, principalmente), todos letrados.

No Brasil, quase todos os povos pré-históricos se enquadram nessa categoria. Em todo o nosso continente, a roda não era conhecida até a conquista europeia. Poucos animais foram domesticados: lhama, alpaca e vicunha, todos na região andina.

Os Astecas

Um dos grandes impérios pré-colombianos foram os astecas que habitavam o norte do atual México. No século XIV, deslocaram-se para o sul e estabeleceram-se junto ao lago Texcoco. Construíram sua cidade em uma ilha, Tenochtitlán. No início, submeteram-se aos teotihuacan, aos quais pagavam tributos. Posteriormente, revoltaram-se, dominaram seus antigos dominadores e tornaram-se donos de todo o lago. Por meio de aterro, a ilha foi ampliada, e Tenochtitlán, a capital, transformou-se em uma importante cidade, com grandes templos, praças e ruas pavimentadas.

A base econômica dos astecas, como a dos maias, também era a agricultura. Eles plantavam milho, pimenta, tomate, feijão, mandioca, cacau, algodão e tabaco. Aprenderam a irrigar a terra para o cultivo e a construir chinampas – porções de terreno que avançavam pelo lago, feitas nos lugares mais rasos. Os chinampas consistiam em verdadeiros “jardins flutuantes”, e para sua construção os astecas utilizavam madeira trançada, que repousava sobre pilares fixados no fundo do lago e interligados com esteiras de vime e galhos de árvores. Os astecas alargavam a área útil, tanto para a construção como para o plantio. A capital Tenochtitlán expandiu-se tanto que à época da conquista espanhola era maior que qualquer cidade da Europa.

Conseguiam grandes colheitas, que eram transportadas pelos canais em barcos. Como todos os outros ameríndios, os astecas não conheciam a roda. Também praticavam o comércio e, não raro, usavam sementes de cacau como moeda de troca.

Seu artesanato era diversificado e rico, destacando-se a produção de armas, tecidos, objetos de ouro e prata. Havia um acentuado gosto pela arte plumária.

A sociedade era rigidamente estratificada, dividida em diversas classes sociais. Nobreza, sacerdotes e altos funcionários civis e militares compunham a elite; mais abaixo, os comerciantes, os soldados, demais funcionários e, finalmente, os trabalhadores – em sua maioria, camponeses, que eram obrigados a executar trabalhos compulsórios em obras públicas (canais, estradas, templos) quando solicitados pelo imperador. Embora houvesse escravos, geralmente oriundos de guerras, eram pouco numerosos.

A religião era politeísta e animista, pois cultuavam diversos elementos da natureza como deuses (Sol, Lua, Trovão, Chuva) e uma deusa, representada por uma Serpente Emplumada. Os principais deuses eram associados ao ciclo solar e à atividade agrícola. O mais importante era Quetzalcóatl, em forma de serpente emplumada, criador do homem e protetor da vida e da fertilidade.

A escrita era hieroglífica, manifestada por meio de desenhos e símbolos. Os astecas utilizaram o calendário maia com pequenas modificações. Desenvolveram diversos conhecimentos matemáticos e astronômicos. Seus rituais religiosos, realizados no topo e nas escadarias das pirâmides, incluíam vítimas humanas. Adeptos de religião contratual, procuravam agradar os deuses, aplacar sua ira, em troca de benefícios.

Povo belicoso, os astecas ampliaram seus domínios territoriais ao longo do século XV. No entanto, foi uma conquista efêmera; em 1519, um exército espanhol, comandado por Fernão Cortez, iniciava a conquista do império asteca e também um dos maiores genocídios que a humanidade já presenciou.

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