A Pré-História da América
Costumeiramente, os historiadores aplicam a expressão “Pré-História da América” ao período anterior à chegada de Cristóvão Colombo ao Novo Mundo, fato ocorrido em 12 de outubro de 1492. Deve-se observar que essa não é uma expressão correta, pois já havia alguns povos letrados na América, como os maias e os astecas, especialmente. A chamada América pré-colombiana era habitada por diversos povos, com padrões culturais bastante diferentes.
Desde sua chegada à América, uma questão intrigou os europeus: qual a origem dos povos que aqui habitavam? Com o desenvolvimento das ciências, em particular, no século XIX, chegou-se a pensar na hipótese do autoctonismo, ou seja, que o ameríndio seria originário da própria América. Pesquisas posteriores, e sua análise, demonstraram que o ameríndio não é autóctone. Afinal, a presença humana no continente é relativamente recente. Arqueólogos e antropólogos mais ousados afirmam que essa presença tem cerca de 40 mil anos.
Como o autoctonismo é negado, decorrem questões muito polêmicas e intrigantes: de onde então eles teriam vindo? Como teriam chegado? Onde e quando chegaram?
Há três explicações:
Hipótese asiática: os ameríndios seriam originários da Ásia, devido às semelhanças de traços físicos entre a maioria deles e os povos asiáticos do “grupo mongol” (ou amarelo), como o cabelo (liso e castanho) e os olhos (oblíquos e castanhos). Grupos nômades asiáticos teriam atravessado o estreito de Bering, alcançado o Alasca e, aos poucos, ocupado todo o continente americano. Essa ocupação teria acontecido durante a última glaciação, quando os continentes asiático e americano estariam interligados por uma verdadeira ponte de gelo.
Hipótese malaio-polinésia: nativos que ocupavam as milhares de ilhas localizadas no oceano Pacífico teriam navegado da Polinésia até a costa ocidental da América do Sul.
Hipótese australiana: nativos teriam navegado de ilha em ilha, bordejando o continente antártico, e alcançado a Terra do Fogo, no sul do continente americano.
No estágio atual das pesquisas, há uma tendência para a aceitação de todas essas hipóteses, mas com predomínio da asiática. Acirra ainda mais a polêmica o fato de ter sido encontrado, há alguns anos, um crânio. Sua análise revelou tratar-se de uma mulher, a quem os cientistas denominaram Luzia. Teria vivido há 11 mil anos no atual estado de Minas Gerais. A grande surpresa: apresenta traços africanos! Duas são as explicações: grupos africanos teriam navegado pelo Atlântico e chegado à América, ou teriam se distribuído pelas regiões do Índico e, milhares de anos depois, navegando pelo Pacífico, chegado à América.
O continente americano deve ter sido ocupado há cerca de 20 mil anos, pelo menos, embora haja hipóteses de que essa data seja bem mais antiga.
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